Qual é o papel da publicidade no marketing?
Na promoção dos produtos ou serviços poderemos utilizar diversas técnicas de comunicação, que abordaremos seguidamente: Assim, a publicidade - a mais usual - é uma técnica de comunicação que utilizando os meios (de comunicação ou media) informa o consumidor sobre os benefícios dos produtos que promove.
Por princípio e eticamente, a publicidade deve informar corretamente dos benefícios - o que não impede que não promova, evidentemente, eventuais "defeitos" - mas não deve ser enganosa, ou seja, criar expectativas relativamente a benefícios que o produto não dispõe.
Quando os benefícios desses produtos são de difícil diferenciação, costuma-se promover a marca associando-a a possíveis realizações e situações que a maioria dos consumidores gostaria de alcançar. Bebendo X comporta-se como uma campeão, comendo Y ficará parecido com a Miss ou Mister Mundo.
Quando a Publicidade é vaga e pouco informativa estamos normalmente perante um produto que nada tem para oferecer (enquanto produto) ou foi para a uma má agência (existem muitas).
A mensagem a transmitir para cada produto, através da publicidade, deve eleger um benefício básico para o consumidor e uma ideia básica de venda. Evidentemente que a mensagem publicitária é, assim, resultante de um conhecimento profundo do produto (todos os benefícios que poderão ser transformados em vantagens) e do Mercado (Segmentação) à qual deverá estar perfeitamente adaptada.
Comunicar é transmitir uma informação, comunicar significa ter uma informação a transmitir:
Os riscos de deformação da mensagem são muito graves em publicidade. O Publicitário (emissor) deve exprimir-se não através das suas atitudes e códigos pessoais mas através das atitudes e códigos pessoais do seu grupo alvo.
Esta deverá ser a principal diferença entre um artista ( para aqueles que consideram a publicidade uma arte - que o será, mas não quanto ao conceito ou transmissão da ideia mas apenas quanto à "peça" produzida - e um publicitário, pois enquanto um artista se exprime somente no seu próprio código e não abdica das suas próprias formas e estilos, um publicitário, pelo contrário, deve poder exprimir-se em todos os códigos, menos no seu.
Existe uma espécie de listagem de acções apropriadas para realizar uma boa publicidade, a que chamaremos, por simpatia, os dez mandamentos para uma boa publicidade:
Envolver o consumidor
Estar orientada para o consumido
Estar concentrada numa única ideia de venda
Concentrar-se na melhor ideia
Apresentar e insistir numa única ideia
Ser credível e sincera
Associar claramente a ideia de venda com o produto
Ser simples, clara e completa
Tirar partido do nedia
Fazer vender
É necessário definir, no inicio da campanha o What (o que dizer) Selected Selling Idea (ideia de venda é aquela que associa o produto a uma utilização benéfica para o consumidor) Selected Consumer Benefit (benefício básico é aquele que, dadas as vantagens do produto, o consumidor atribui um maior valor) e How (como dizer).
O mundo da publicidade é apaixonante e inventivo, dando largas à imaginação dos diversos profissionais que trabalham neste tema. No entanto convêm perceber que a campanha é vossa (não da agência) e o produto a vender é o vosso produto. Convém ainda reflectir que, além das questões éticas, que não são obrigatórias, existe uma legislação, em cada País, normalmente vasta sobre o que se pode ou não Publicitar e sob que formas.
Só para terminar, e sem fazer "publicidade" a nenhuma das marcas envolvidas, até porque são sobejamente conhecidas, vou contar-vos uma história, que ocorreu no Brasil, e que demonstra de algum modo onde pode parar o tipo de publicidade "comparativa".
Há muitos anos (o prazo de prescrição para contar a história já passou) a Volkswagen lançou o seu modelo carocha no Brasil, e como ideia básica de venda, publicitou "Um carro renovador, tem o motor no sitio da bagageira e a bagageira no sitio do motor". A Ford reagiu, lançando o modelo Corcel e dizendo "Um carro inteligente. Tem o motor no lugar do motor e bagageira no lugar da bagageira" ao que, pouco depois, a VW respondia lançando o Brasília e publicitando "Um carro ainda mais inteligente. Tem a bagageira no lugar da bagageira, e tem bagageira no lugar do motor".
É de referir que os tempos eram outros e uma das grandes vantagens, naqueles tempos, era que os carros tivessem um porta-bagagens suficientemente amplo para levar as tralhas familiares.